A Terceira Via não foi inventada por Blair e Giddens. Ela vem de longe. Vem da dialética de socialistas e sociais-democratas face ao marxismo. Muito antes de Clinton e Blair, Governos trabalhistas britânicos, australianos, escandinavos procuraram libertar-se da influência marxista, sem hipotecar o Estado social e a ideia de um Estado necessário, fazendo o caminho para a social-democracia, vestidos com as roupagens do socialismo democrático. Mário Soares foi pioneiro nessa transição. As exigências de um pragmatismo eleitoral cada vez mais convertido à ideia do mercado e de uma democracia liberal, do capitalismo, portanto, traduzido na constatação de que as eleições se ganham no centro moderado, afastaram-nos das ilusões revolucionárias. Abraçaram o reformismo e o possibilismo histórico.
O PS foi sempre o espelho desta mudança. Com Soares, Guterres, Sócrates e Costa. Pedro Nuno Santos tem muitos problemas pela frente mas um dos maiores é a trincheira ideológica. Ter como projeto a liderança da esquerda, na base do que foi a ‘geringonça’, não é tentador para o eleitorado do centro. Não é popular nem no seu próprio partido. Percebeu-se logo quando Medina fez a declaração de voto, demarcando-se da moção de confiança. Começaram aí a rufar os tambores de guerra. Também facilitou a vida aos adversários, que lhe colaram o rótulo de radical. Mas até entre os seus não é popular desviar-se do dogma em matéria de segurança e imigração. Vida mais do que difícil.
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